segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A GREVE DOS BANCÁRIOS 2012


A vida das pessoas é construída a partir das decisões que tomam. Desde as mais simples, como que pasta de dente usar; até as mais complexas, se casar ou não. Há também as de cunho individual, quem serão meus amigos, por exemplo, e as de caráter coletivo. Essas são que não afetam apenas as questiúnculas de foro íntimo. Aí é que o bicho pega...
A ética e a moral são preceitos que norteiam as relações humanas. Basicamente dizem respeito ao que quero, devo e posso fazer. É mais que um simples código de conduta. É o que de fato humaniza, no sentido mais amplo, as relações humanas.
Deveriam ser a ética e a moral balizadores constantes de nossas atitudes e decisões em todos os terrenos que atuamos. Se assim fosse, não nos permitiríamos dar tratamento individual a questões coletivas. Ou antes, nos questionaríamos se é moralmente correto decidirmos pseudoindividualmente questões coletivas. Mas, como assim?
Por exemplo, uma assembleia de categoria não tem poder de polícia, assim sendo não OBRIGA as pessoas a seguirem a decisão da maioria. Essa adesão se dá por uma atitude de cunho muito mais profundo. É calcada em princípios e valores éticos e morais! Ora, a democracia não é um regime onde se segue as decisões da maioria? Então, em nome de quê se pode ignorar, no caso da greve, esse principio? 
Furar greve é uma agressão aos princípios e valores democráticos. É um flagrante desrespeito as decisões de uma maioria. Pode ser cômodo ter um aumento, uma gorda PLR partindo do princípio que "eles" farão a greve, mas é moralmente lícito?
É fato, que é complicado pagar greve, mas os professores e funcionários das Universidades (grevistas ou não!) irão estender o atual período até abril de 2013, pagando a Greve! É ético eu sair no meu horário enquanto meus colegas ficarão até mais tarde pagando a greve onde conquistaram (vou repetir: conquistaram!) ganhos para tod@s!!! 
Lamentavelmente essa greve que conquistou o maior ganho real da categoria bancária dos últimos tempos, pode ser definida em quatro palavras: alguém fará por mim. “Eles” farão a greve. “Eles” pagarão a greve. E eu desfrutarei das conquistas. É assim mesmo que se faz? É esse o exemplo que queremos dar para os nossos filhos? Dá pra se olhar no espelho todo dia de manhã agindo assim?
Nossa sociedade está mergulhada em profunda crise - tod@s nós falamos e ouvimos isso o tempo todo. O tempo todo também apontamos nosso dedo para os corruptos, os antiéticos ou i(a)morais... E nós? Sejamos éticos para podermos nos indignar com a barbárie desse mundo. Ou então, na verdade, estaremos sendo apenas hipócritas.

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